Decidido o valor do corte no Orçamento, o Banco Central terá como fazer os cálculos para a política da taxa de juros - que vem se mantendo em queda - sem comprometer a meta de segurar a inflação deste ano na meta de 4,5%. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa (conhecida por taxa Selic) para 10,50% ao ano. As expectativas do mercado são de que as quedas continuem nos próximos meses.
A ideia posta em prática pela presidente Dilma Rousseff é a de que se o governo segurar seus gastos sobrará espaço para que o Banco Central aja como o mercado espera. Isso dará mais força à oferta de crédito e financiamento - assunto que ganhou uma reunião específica com a presidente no domingo e da qual participaram os ministros Guido Mantega (Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento), Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia, transferindo-se para a Educação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e os presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e da Caixa, Jorge Hereda.
A favor do governo está a expectativa de mais um ano de forte arrecadação de impostos, assim como ocorreu em 2011. Só de receitas extras, fala-se, por baixo, de mais R$ 18 bilhões. Se confirmado o aumento, uma estratégia poderá ser a de simplesmente limitar o crescimento dos gastos. Dessa forma, os investimentos da União poderiam ser feitos sem corte nenhum. Para este ano, são previstos investimentos de R$ 79,7 bilhões, dos quais R$ 42,4 bilhões são para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A avaliação da equipe econômica é a de que o Brasil vem conseguindo algum descolamento da crise internacional. A questão é que a percepção também é a mesma por parte dos investidores estrangeiros, que passaram a remeter pequenas fortunas para a bolsa brasileira nos primeiros dias do ano. Esse movimento, ao lado de outros indicadores preliminares, fez o dólar recuar mais de 5% desde 1.º de janeiro.
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