sábado, 28 de maio de 2011

O que a tv não mostrou!

Quem assistiu o jornal 2° edição de ontem 30/05 e não conhece o pebinha de açúcar como é chamado carinhosamente o município de Parauapebas deve ter imaginado que a cidade é uma favela e que nenhuma de suas ruas é asfaltada. Afinal a matéria exibida ontem não mostrou uma única rua asfaltada na cidade.
Como se não bastasse isso, quem assistiu atentamente a reportagem percebeu a edição, mal feita por sinal, durante a entrevista do Prefeito Darci Lermen, afinal a reportagem não queria que fosse ao ar o outro lado da historia.
Ao que parece leitores do blog 2012 em Parauapebas já começou. A tentativa dos setores conservadores de Parauapebas em tentar marginalizar a imagem do prefeito só aumenta a cada dia.

O que a TV não mostrou?

A tv até mostrou a nova sede da prefeitura mas esqueceu de mostrar como era a prefeitura na época dos governos da Fel / Fazmal.
Esqueceu de mostrar o trem da vale que chega todos os dias com 300 pessoas vindo morar nesta cidade, o que nos faz ter um novo desafio a cada dia, diante do crescimento desordenado.
Não mostrou que a cada mês 7 km de asfalto são feitos nesta cidade!
Também esqueceu de mostrar as escolas,que quando recebemos o governo estavam todas caindo. Hoje além de reformadas, até o final do ano estarão todas climatizadas e com data-show e cada professor terá um laptop. Mas podem falar dos anexos. Sim, também temos anexos, mas diferentemente dos governos anteriores, todos climatizados. É importante lembrar que não é uma situação permanente. Existem 7 escolas em construção e mais 7 sendo licitadas. E quem lembra dos antigos anexos? Tinha um que era ate perto de um chiqueiro de porco. Naquela época a filha da Fel estava estudando na Austrália.
A tv também não mostrou que as escolas também vão para a zona rural. Não mostrou quantas propriedades rurais foram mecanizadas, gerando renda para os colonos. Não mostrou quantos caminhões a prefeitura disponibiliza para que os mesmos colonos venham vender sua produção na feira do produtor. Não mostrou também o projeto PIPA, que atende 700 crianças em situação de vulnerabilidade social. Não mostrou o centro Integrado da Melhor Idade, onde os idosos recebem atendimento. Muito menos mostrou todo apoio que é dado aos atletas de Parauapebas que hoje viajam em ônibus confortáveis e com recursos para uma boa estadia, enquanto que em governos passados iam em ônibus caindo aos pedaços, quando iam.
Esqueceu de mostrar também como houve uma melhora no ordenamento da cidade com a exigência, pela prefeitura, de loteamentos regularizados. Antes, quando as eleições se aproximavam,invasões eram promovidas e depois os governantes não lembravam de levar infra estrutura para o local. Só para citar, em 1991, o Fazmal invadiu a fazenda do Serraria. Tudo bem, muitas famílias hoje tem onde morar mas me digam quem conseguiu dar o título definitivo dos lotes para a população? Darci Lermen! E hoje varias famílias conseguiram realizar o sonho da casa própria com essa nova forma de ordenamento da cidade.
Não mostraram também as 1000 casas populares que estão sendo construídas, em parceria com o programa minha casa minha vida, nem as 600 construídas com recursos próprios no inicio de seu governo. Bom se eu for enumerar aqui o que foi feito nos últimos 7 anos, certamente levaria muito tempo...

Parauapebas mudou nos últimos anos e mudou para melhor!

Fomos o primeiro município paraense a criar um orgão especifico de formulação de politicas publicas para as mulheres a Secretaria da Mulher de Parauapebas, apesar do município já ter sido administrado por uma mulher. Aqui, foi preciso um prefeito homem pra criar uma Secretaria da Mulher.
Contamos hoje com uma rede de prevenção a violência contra a mulher com a Casa Abrigo, Defensoria Publica da Mulher, Centro de Referencia e Casa da Mulher que e um espaço voltado somente para cursos com o objetivo de qualificar estas mulheres e garantir a elas sua autonomia.

Que município paraense tem essa rede?

Nenhum! Nem a capital do estado têm!A nível de estado o que temos é uma coordenadoria de politicas para as mulheres sem a menor estrutura e sem condições reais de articular politicas publicas para as mulheres, um abrigo administrado pela secretaria de assistência social a beira de um colapso...
A quem quiser dizer o contrario a caixinha de comentários ta liberada! Eu topo o desafio!
Isso tudo só foi possível porque em 2004 o povo de Parauapebas decidiu mudar, decidiu romper com as oligarquias locais e eleger um professor para administrar esta cidade, um professor que foi capaz de enfrentar a poderosa mineradora para defender o nosso município. E que por esse motivo esta sendo vitima de uma tentativa de lixamento publico bancado pelo PIG ( Partido da Imprensa Golpista)
Em 2012 teremos eleição novamente, e certamente o povo desta cidade não vai querer voltar ao passado, no tempo em que a prefeitura funcionava em uma casa de madeira,cheia de cupins, no tempo onde as mulheres vitimas de violência não tinham a quem recorrer.
Parauapebas mudou para melhor e com certeza vai continuar mudando! È verdade que a cidade não esta do jeito que gostaríamos mas é só olhar pra trás, que não sentiremos saudade!
Depois de duas derrotas consecutivas nas urnas ( uma para o executivo e outra para o legislativo) ela anunciou no programa do Mauro Bonna que vai ser candidata a prefeita em Parauapebas novamente. Pois que venha e o povo, que e a maior autoridade nessa historia toda, e que vai decidir.
A eleição em 2012 em Parauapebas será uma eleição plebiscitaria! Será a escolha entre o novo e o velho! Entre a continuidade da mudança e a volta ao passado! A disputa entre um projeto de transformação e o projeto conservador! Uma disputa de classes que certamente os trabalhadores e trabalhadoras serão os grandes vitoriosos

O código da moto serra!


Nos últimos dias a blogueira esteve em Brasília participando de evento realizado pela Secretaria Especial de Políticas para Mulheres do Governo Federal (SPM). Durante minha estadia na capital federal a câmara dos deputados aprovou o código florestal que na verdade é mesmo: o da moto serra! Na volta pra casa, no avião, encontrei com vários ruralistas que residem aqui no sul do Pará comemorando a vitoria! A vitoria do desmatamento da amazônia!

No avião, percebi que o barulho da turbina era diferente, era um barulho de moto serra!

No sul do Pará, região onde resido, eles já colocaram a floresta a baixo faz tempo, venderam a madeira e fizeram pasto para criar gado.

Punição aos desmatadores? Que nada! A câmara aprovou anistia a eles e o que é pior aprovou também a regulamentação do desmatamento!

Enquanto isso ambientalistas são assassinados em nossa região.

E os deputados paraenses? Exceto Cláudio Puty (PT) e Arnaldo Jordy (PPS) todos os outros votaram com o latifúndio!

Uma vergonha!

15 mil paraenses participam de caminhada contra corrupção

Ao todo 15 mil pessoas, entre representantes da sociedade civil, políticos, entidades não governamentais e da sociedade em geral estiveram em caminhada na manhã deste sábado (28) pelas ruas de Belém em uma manifestação contra a 'Corrupção, pela Vida e pela Paz'. A mobilização teve início às 10h, em frente à sede da OAB-PA, e seguiu pela Travessa Padre Eutíquio até à sede da Alepa (Assembleia Legislativa do Pará).
O presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos, ressaltou a importância da mobilização. 'A OAB foi uma das entidades que estve à frente quando tiramos o Collor de Melo do poder. Também mostramos que temos força quando pedimos a prisão do ex-governador Arruda, no Distrito Federal. Por isso pedimos que a sociedade acredite que aqueles que roubaram a Alepa serão julgados, condenados, terão os bens sequestrados e serão presos', afirma Vasconcelos.

'A OAB é maior do que qualquer coisa. Seu maior cliente é a sociedade e por ela é que nós vamos lutar', acrescenta o presidente da OAB-PA.


Comunidade também protestou contra os 'fichas-sujas', pedindo dignidade e ética na política do país

A população aproveitou a oportunidade para expressar sua indignação em relação a onda de corrupção no Estado com faixas e cartazes e bonecos. 'Queremos justiça!', afirmam os participantes da caminhada.

Quem também esteve presente durante o ato público foi o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante Junior, que fez todo o percurso da caminhada. Em frente a Alepa, ele saudou todo o povo do Pará. 'Estou muito feliz em ver os estudantes, os trabalhadores e a sociedade civil para juntos falarmos que não toleramos mais esse tipo de político, que o dinheiro público não pode servir para robalheira e safadeza. Temos que dar um basta na corrupção pois o povo do Pará não merece esse tipo de gente, que rouba nosso dinheiro', disse.


Jarbas Vasconcelos e o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante Junior

Um dos discursos mais aplaudidos foi do bispo Dom Luiz Ascona. Ele subiu no trio elétrico e falou à toda população . 'Eles estão explorando e corrompendo a dignidade e a ética do povo do Pará. Não aguentamos mais a presença dos senhores e senhoras, por isso, o povo pede que os senhores saiam voluntariamente por coerência e consciência cívica e cristã',  fazendo referência aos deputados envolvidos na fraude.


Bispo Dom Luiz Ascona, durante discurso aplaudido pela população
'Se afastem, caiam fora, chegou a hora histórica de um Pará lavado, renovado, limpo, com seriedade e dignidade. Esses políticos perderam a dignidade e a ética para continuar em cargo que deve servir à ética', disse.

Ascona ainda falou diretamene ao ex-deputado, Juvenil. 'Deputado, por que você não apoiou a CPI? E os demais deputados que não apoiaram? Os senhores tem interesse pessoal ou político, estão na ambiguidade, por isso, vocês são cúmplices, amigos do ladrões porque se não fossem apoiariam a Comissão para investigar as fraudes', finalizou.

Outra que fez questão de acompanhar a caminhada foi a senadora Marinor Brito, que parabenizou o povo paraense pelo ato. 'A nossa trajetória de luta política no estado tem se pautado pela defesa do interesse público, pela ética e democracia e não posso deixar, nesse momento, de parabenizar a coragem do nosso povo de ir as ruas, mostrar a cara para transformar o mundo e torná-lo diferente, que acredite na época e na justiça social', conta Marinor.


A mobilização foi organizada pela Ordem dos Advogados do Brasil - seção Pará (OAB-PA), apoiada pelas Organizações Romulo Maiorana.

Fonte: Portal ORM
Fotos: Danielle Zuquim e Heloá Canali

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Secretaria especial de políticas para Mulheres realiza mais umaedição do Forum Nacional de Organismos Governamentais de Políticas para as Mulheres

Iniciou-se hoje, no hotel St. Peter, em Brasília, o Encontro Nacional de Organismos Governamentais de Políticas para as Mulheres. O Encontro vai até dia 25/05 e vai discutir o Brasil que queremos e o papel dos governos na construção da igualdade. O evento teve como mesa de abertura a conferência As Mulheres no Brasil de Hoje: Dados, Condições e Desafios, onde o Sr. Nabil Kadri, da Secretaria Extraordinária do Programa Brasil sem Miséria explanou o programa com o mesmo nome que o governo federal pretende lançar em breve e o Sr. Jorge Abrahão, diretor do IPEA, mostrou dados sobre a situação da mulher no Brasil atualmente.
O Encontro ainda discutirá, em grupos formados por mulheres de todo o Brasil, as bases para a realização das Conferências Estaduais e Muncipais, dando subsídio às gestoras para a condução de todo o processo que elegerá as delegadas para a 3ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres que será realizada aqui em Brasília em dezembro deste ano.
Seguem algumas fotos do primeiro dia do Encontro.


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Murilo Ferreira assume a Vale e vai buscar gestão mais descentralizada





Novo presidente da mineradora, que assume o cargo nesta sexta em lugar de Roger Agnelli, terá o desafio de equilibrar as cobranças dos investidores com os interesses do governo
Mônica Ciarelli, de O Estado de S. Paulo

RIO - A era Roger Agnelli na Vale, que durou uma década, termina nesta sexta-feira, 20, quando o executivo passar o cargo de presidente da segunda maior mineradora do mundo para o mineiro Murilo Ferreira. Com a cadeira, o executivo herda a delicada tarefa de satisfazer os interesses dos investidores e do governo, que teve influência direta no afastamento do seu antecessor.
A pessoas próximas, Ferreira tem dito que pretende buscar uma gestão mais descentralizada da empresa, mudando o estilo de comando a que a empresa havia se acostumado com Agnelli, tido como um executivo mais centralizador. Quem já trabalhou com Ferreira diz que sua postura é a de delegar poderes, sem deixar de acompanhar de perto todas as etapas dos principais projetos.
Apesar de assumir uma empresa altamente lucrativa (foram R$ 11,2 bilhões só no primeiro trimestre), e com um ambicioso plano de investimentos, que chega a US$ 24 bilhões para este ano, Ferreira sabe dos desafios que o esperam. "O principal desafio do Murilo Ferreira será reconquistar os investidores. Provar que não vai se curvar ao governo", afirmou o chefe da área de análise da gestora de recursos Modal, Eduardo Roche.
Até o momento, a longa experiência do executivo no setor - ele trabalhava na própria Vale até 2009 - ainda não aplacou o temor de uma maior ingerência política nas decisões da mineradora, priorizando o desenvolvimento social acima dos lucros. A União está no bloco de controle da Vale diretamente, por meio do BNDESPar, o braço de participações do BNDES, e indiretamente, pela Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
"A relação entre o governo e as mineradoras sempre foi muito grande. O problema agora é que qualquer movimento pode ser interpretado como ingerência política", disse Pedro Galdi, chefe do departamento de análise da corretora SLW. Para ele, Ferreira vai pegar uma empresa bem financeiramente e com projetos que vão permiti-la dobrar de tamanho em cinco anos. Para Galdi, a maior dificuldade será a Vale provar aos investidores que seus planos têm como foco principal seu crescimento.
Relações. Além de reconquistar acionistas, Murilo também terá de reconstruir as relações entre a Vale e o governo, que ficaram estremecidas nos últimos dois anos, principalmente após a demissão de quase 2 mil empregados, em 2008, em meio à crise financeira global, que afetou diretamente o setor de commodities. O desafio de Ferreira passa por dois temas: os investimentos no setor siderúrgico e os royalties da mineração.
Os investimentos em siderurgia, no entanto, não são vistos com bons olhos pelo mercado. Para ganhar respaldo entre os investidores, portanto, o novo comandante da mineradora terá de conter a pressão governamental para envolver a Vale em projetos siderúrgicos.
Popular entre políticos, por criar muitos empregos e ser um produto com maior valor agregado em relação ao minério, o segmento oferece um retorno baixo para a Vale, que consegue margens muito melhores na comercialização do minério de ferro, insumo que teve seu preço reajustado em mais de 100% no ano passado. Roger Agnelli chegou a dizer que não gostaria de se tornar um concorrente dos seus próprios clientes.
Outro desafio de Murilo Ferreira será buscar uma saída rápida - e que agrade ao governo e aos acionistas - para a disputa relacionada a uma dívida de royalties de mineração. O processo se arrasta desde 1991, mas, veio à tona este ano, durante as especulações em torno do interesse do governo na saída de Agnelli da presidência da Vale.
O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) cobra uma dívida de R$ 4 bilhões relativa aos royalties sobre o minério extraído das minas da companhia no Complexo Carajás, no Pará. A empresa alega que a cobrança é irregular.
Além desse imbróglio, Ferreira terá de se posicionar ainda sobre outro ponto polêmico: o pleito de vários municípios mineradores, que exigem um aumento na alíquota dos royalties da mineração, que, hoje, está em 2% sobre as vendas do minério.


quinta-feira, 19 de maio de 2011

Senado estabelece plebiscito para todo o Estado

No caso de realização do plebiscito que pode desmembrar o Pará para o surgimento de outros dois novos estados - Carajás e Tapajós -, toda a população paraense poderá se pronunciar a respeito do assunto durante o referendo. Isso porque, por unanimidade, o colegiado da Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou ontem uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que acaba com a dúvida que existe quanto a interpretação da Constituição Federal sobre o tema.


Pelo artigo 18, parágrafo quatro da Constituição Federal, o termo para definir a abrangência da consulta está definido como 'população diretamente interessada'. O mesmo artigo também trata da fusão, incorporação e criação de novos municípios, e para esse caso, a legislação define que será consultada toda a população do município. Estas designações são consideradas imprecisas por especialistas e poderia dar margem a interpretações divergentes, como a que apenas a população das regiões do Carajás e do Tapajós, que buscam ser desmembradas, deveriam ser ouvidas. Pela emenda à Constituição aprovada pela CCJ, o impasse acaba e fica regulamentado que todos os cidadãos do Estado mencionado devem ser consultados através do plebiscito.


O relator da PEC, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), deu voto favorável à proposta e afirmou durante seu voto que a PEC é fundamental para se eliminar qualquer dúvida sobre os brasileiros que deveriam necessariamente ser ouvidos em um plebiscito do gênero. Agora, se a matéria não receber mais emendas, ela segue para análise da Câmara dos Deputados.

Fonte: O Liberal

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A cerveja Devassa e a questão da mercantilização do corpo feminino

Não é de hoje que a cerveja Devassa, sua publicidade e comercialização, estão em pauta pela questão do machismo e inclusive racismo vinculado ao produto. Respondendo no Conar – Conselho de autorregulamentação publicitária - três processos jurídicos por ter conseguido o que se era inimaginável: extrapolar o “comum” uso da imagem feminina vinculado à venda de cerveja, uma vez que todas as propagandas e marcas sempre expuseram a mulher de forma depreciativa e, mesmo com criticas feministas, dos movimentos sociais, e militantes da esquerda em geral, nunca mudaram em nada a sua estratégia de venda, ou sofreram processos por isso validados pelos juízes.

Todas as marcas sempre venderam em seu marketing não a cerveja, mas as mulheres. O incentivo para o consumo sempre esteve relacionado à dominação do sexo oposto (não podendo nem falar em “conquista”), e essa se daria pela “incrível” atração que as mulheres sentiriam pelos homens que bebem o produto, ou, na maior parte dos casos, sendo as mulheres entendidas como próprio produto. A cerveja Antártica, por exemplo, transforma as mulheres em mercadoria ao usar como slogan “A cerveja BOA” e a Juliana Paes, ou o apelido conferido de “loura” para a mercadoria, e todos os comerciais com mulheres erotizadas, seminuas, “servindo” aos clientes no bar.

A Devassa consegue dar um “passo além” nessa discriminação e mercantilização. A começar pelo seu nome: “Devassa”, usado no feminino. A mesma versão, no masculino, possui outra carga de valor; a começar que é um adjetivo, “devasso” e “devassa” um substantivo feminino, havendo uma mudança na carga semântica:
Devasso-de.vas.so(adj.) 2 Libertino, licencioso.
Devassa-de.vas.sa (sf) 1 Ato ou efeito de devassar.
devassar-de.vas.sar (vtd) 1 Invadir ou observar (aquilo que é defeso ou vedado), 3 Descobrir, penetrar, esclarecer 4 Olhar, contemplar 6 Prostituir(-se), tornar(-se) devasso [1]
Logo percebe-se, sem grandes esforços, a o método utilizado para veiculação do produto: você compra uma mulher, prostituída indiscaradamente. Outro passo, ainda na obviedade, que qualquer pessoa pode ver, mesmo sem assistir ao comercial ou ver a propaganda nos cartazes, simplesmente olhando o produto: na lata uma mulher em pose erótica, seminua. Esse é o logo, a referência. E seu slogan: “Um tesão de cerveja”.

Superficialmente, nos aspectos mais básicos do produto – embalagem e logo-, a cerveja já se mostra completamente machista, e capaz de intensificar a mercantilização do corpo feminino, que já é uma “regra” do marketing das cervejas, de uma forma indiscutível. Somente por esses aspectos já se explica o veto à marca que aconteceu e acontece por parte das feministas e militantes em geral.

A situação, contudo, consegue piorar ao assistirmos o anúncio com a Paris Hilton, veiculado em uma das maiores emissoras de televisão, a rede Globo, com a chamada “Bem loura, bem devassa”. Sofrendo um processo legal e tendo de “mudar” seu comercial, satiriza a crítica, colocando ‘tarjas’ na mulher e recomendando que seja vista a versão original na internet, e na abertura do vídeo escrevem: "O filme da cerveja Devassa com Paris Hilton foi retirado do ar. A quem se sentiu ofendido, oferecemos um filme novo.”. Como se não houvesse ofensa, como se as pessoas tivessem se sentido ofendidas sem um motivo real. Nessa, entraram os defensores da “liberdade de expressão”, como se fosse um AI-5 se indignar com a venda de pornografia no lugar da cerveja, invertendo os papéis.

Depois, lançam a campanha para divulgar a cerveja escura (Dark Ale), com uma mensagem racista e machista: “É pelo corpo que se reconhece a verdadeira negra”, e a imagem de uma mulher negra, sensual, magra e em pose erótica, usando da idéia de que só há corpo, não mente e opinião, nada.

Ganhando visibilidade com essas “polêmicas”, ou, em outras palavras, com a opressão da mulher, a marca, mesmo respondendo a processos, vem ganhando mercado e público. Vários bares já adotaram em seus letreiros o nome “Devassa” e mesas e cadeiras vermelhas de plástico com o logo da cerveja proliferam em todos os lugares.. Foi aí que a questão começou a ficar mais problemática, em especial se você tem veto contra a cerveja. Além de sair e não ter o que beber (porque sim, em muitos lugares só existe essa bebida sendo comercializada), sempre começa a discussão: “mas todas as outras cervejas também são machistas, dá no mesmo”. Sim, todas são. Todas vendem o corpo feminino como produto, mas a Devassa extrapola esses “limites”, o “velado”, que já é horrível por si só e que ajuda na objetificação da mulher. Mas a aceitação, por parte da sociedade brasileira, do machismo descarado da Devassa é, sim, um problema, e deve ser encarado de maneira mais séria por parte dos ativistas (muitos dos quais não se preocupam em denunciar nenhum tipo de machismo, nem o velado, nem o descarado).

Sempre que esse debate entre em voga várias pessoas argumentam dizendo que todas as cervejas era tão machistas quanto a Devassa, e que dava no mesmo eu comprar aquela lata com uma mulher nua, ou comprar uma de qualquer outra marca, então, decidi fazer uma pesquisa das principais marcas e propagandas, entrando nos sites, vendo os vídeos. Todos os sites de bebidas alcoólicas perguntam se você é maior de idade, e se é responsável pelo acesso, menos o da Devassa. Nesse não tive que declarar nada. Em todos os sites você pode ver as propagandas e os produtos, de maneira geral, nada que varie muito. No da Antártica, você pode ter uma “ajuda” sobre como preparar festas, há um sistema de cálculo pessoas-comida/bebidas, nada demais. Somente o da Devassa conseguiu ser mais machista ainda.

O site possuí muitos outros “atrativos”, como a história da cerveja, um “manifesto”, “gifs”, e um “canal devassa” com informes do produto. Fui visitando link por link. Nenhum outro site vendia a mulher da mesma forma, ou vinculava diretamente, conscientemente o produto à imagem da mulher:

“Uma cerveja que se autoproclama Devassa deve ser no mínimo autêntica. Porque assume tudo o que as outras cervejas gostariam de ser, mas morrem de vergonha.
Devassa é bem alegre, tem aquele astral que atrai coisas boas, pessoas interessantes e papos divertidos. Pedir uma Devassa tem a dose certa de segundas intenções.
Quem bebe Devassa procura liberdade. Nada de fazer tipo, caras e bocas, fingir ser o que não é.
Devassa é bem espirituosa, te pega pelo colarinho, te seduz pelo aroma e faz você se apaixonar de vez pelo sabor.
Tanto que muita gente não resiste à tentação. E assim como a cerveja, Devassa tem seu irresistível chope - cru, não-pasteurizado e sempre fresquíssimo. Além da suavidade e do sabor inconfundível, tem um creme que é pura luxúria. Bastam dois a três dedos para garantir uma legião de fãs. Enfim, quem conhece sabe.
Com Devassa a vida fica bem gostosa.” (grifos meus)

Ao lado do manifesto você pode se informar mais sobre a Devassa, clicando em outros links (que, confesso, não cliquei. Já estava saturada de machismo): “A história da Devassa é um tesão” e “Daqui sai um tesão de cerveja”.

Na seção dos produtos, um diferencial que não vi em mais nenhum site de nenhuma marca de cerveja: as variedades são denominadas por: “loura”, “ruiva”, “negra”, “índia” e “sarará”. Você compra, diretamente, a sua preferência feminina, não a cerveja, e as descrições do produto giram em torno de atributos femininos, de sua descrição corporal. Em um cardápio de bar você não compra a cerveja, mas a mulher, diretamente. Em outras marcas, a propaganda remete à venda do corpo, , mas não é, de fato, a venda. Comprando a Devassa, você paga o preço de uma loura, ou ruiva, ou negra, ou índia, ou sarará.

As mulheres estiveram, em muitas épocas da humanidade, e ainda estão, ligadas à troca de produtos, ou sua venda, tendo sua existência balizada por valores atribuídos às mercadorias. Seja como escravas, - como, por exemplo, acontecia em sociedades da Antiguidade Clássica- onde eram tidas como espólio de batalhas, ou no séc. XX, com a questão dos “dotes”, em que seu valor era medido por suas habilidades como dona-de-casa e esposa, e, também, no quanto “valeria” para o homem e se seria lucrativo, assim, o enlace matrimonial. Superada a caracterização como tesouro de guerra, e a questão do dote como situação cultural e “natural”, ainda não se desvinculou a mercantilização do seu corpo e, conseqüentemente, de sua existência enquanto indivíduo.

A caracterização da feminilidade passa por uma série de preceitos ditados pela publicidade e propaganda, tanto na questão de produtos que tenham por público alvo as mulheres, quanto em anúncios destinados aos homens, que têm o consumo incentivado pelo pelo suposto “prazer” que as mulheres sentiriam em ver homens usando determinado produto e a conseqüente “conquista” das fêmeas por isso - que seria a função principal. O que leva a uma caracterização estética, comportamental e, também, do próprio prazer feminino e, nos dois casos, a mulher é colocada como mais um produto de consumo masculino.

Subjugadas à situação do mercado e às expectativas masculinas, as mulheres se vêem obrigadas a adotar uma série de comportamentos e padrões. Tal qual a questão da “magreza”, posta como uma questão de “saúde” e cuidados com o corpo, sendo que o que se vê na atualidade é o crescente números de jovens que sofrem de transtornos alimentares, como anorexia e bulimina. De acordo com estatísticas, essas duas doenças atingem cerca de 20% dos jovens – entre 15 e 20 anos - e afetam 10 mulheres a cada 1 homem[2] . Além da questão do “manequim” feminino, se observa, também, uma crescente insatisfação com o próprio corpo no que tange às “formas”, com um crescimento de 300% nos últimos dez anos de aplicações de próteses de silicone, e as 70 mil cirurgias plásticas realizadas em 2006, atingindo um marco nunca visto na sociedade brasileira.[3]

“(...) o peso das modelos de moda desceu para 23% abaixo do peso das mulheres normais, aumentaram exponencialmente os distúrbios ligados à nutrição e foi promovida uma neurose de massa que recorreu aos alimentos para privar as mulheres da sua sensação de controle. As mulheres insistiram em dar um caráter político à saúde. Novas tecnologias de cirurgias "estéticas" potencialmente fatais foram desenvolvidas com o objetivo de voltar a exercer sobre as mulheres antigas formas de controle médico.” 4

As propagandas de cerveja corroboram para esses padrões. São mais um dos diversos mecanismos empregados para propagar um ideal de beleza e existência que não existe.

Felizmente, atualmente, muitas marcar de cerveja já mudaram e melhoraram em muito, sua maneira de comercializar o produto - ainda que outros avanços ainda sejam necessários, como desvincular a imagem de cerveja como um produto masculino, por exemplo. Os novos comerciais deste ano ganharam outro caráter; no mais das vezes mostram amigos, samba, e personalidades famosas.

Menos o da Devassa, que se mantém na linha do machismo e mercantilização escancarada do corpo da mulher. Nesse primeiro semestre, mudaram sua “garota propaganda” para a Sandy, ícone de uma geração toda como “santa”, “casta”, “modelo a ser copiado”, querendo deixar claro que qualquer mulher é devassa, podendo ser um produto fácil de ser adquirido, já que até a mulher mais pura pode fazer um comercial erótico e ser musa da marca.

Obviamente não foram as marcas de cerveja, nem a Devassa por si, que criaram nem a mercantilização do corpo feminino, nem a dicotomia entre mulheres “santas” e “putas”, nem a caracterização da cerveja como algo masculino, nem o racismo. Mas, reforça e dissemina essas idéias utilizando-se de uma falsa idéia de “libertação sexual”, coloca a idéia da mulher-objeto como “natural”, “bem aceito”, ligado ao seu “público alvo”, o famoso backlash .


Por isso, como já disse uma colega de militância: não tomo Devassa e chamo de machista quem vende!

<!--[if !supportFootnotes]-->[1] Significados retirados de Dicionário Michaelis Online http://michaelis.uol.com.br, e colocados os significados referentes ao contexto, para visualizar todos os outros: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=devassar
[2]
<!--[endif]-->
Dados retirados de Jornal da Manhã – MG Por Fahim Sawan - Médico e Deputado Estadual
[3] Texto original em “Cadernos Marcha Mundial de Mulheres” Disponível em: http://www.sof.org.br/arquivos/pdf/Miolo_MMM.pdf
[4] WOLF, Naomi O mito da Beleza- como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres, Ed. Rocco, 1992, p. 14

Ministra Iriny Lopes ressalta a importância do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça na construção de uma cultura de igualdade

Todos os avanços, na garantia de direitos das mulheres e políticas de promoção da equidade e igualdade de gênero, são patrimônio da população e resultado da luta incansável das mulheres  nos movimentos sociais, nos parlamentos, nos tribunais, na gestão pública, no mundo do trabalho, nos espaços da cidadania como um todo, e devem ser transformados em políticas de  Estado, afirmou Iriny Lopes, ministra das Mulheres, durante o lançamento  da 4ª edição do Programa Pró Equidade de Gênero e Raça, nesta terça-feira (17/05). O Programa Pró-equidade de Gênero promove a igualdade de oportunidades e de tratamento entre homens e mulheres nas organizações e empresas públicas e privadas por meio do desenvolvimento de novas concepções na gestão de pessoas e na cultura organizacional.

Iriny Lopes ressaltou  que  é preciso consolidar a intersetorialidade e a institucionalidade nas políticas para mulheres, entre todas as instancias de governo, nos estados e municípios. Segundo ela, não haverá um ministério de saúde, ou de educação só para mulheres, “por isso, as interfaces entre as políticas que contemplem a diversidade não só étnica, racial e de  gênero, mas regional também, pois  temos muitas desigualdades entre as regiões do país”. Para Iriny Lopes, o Programa Pró Equidade de Gênero e Raça faz parte da prioridade da SPM em intensificar a escala da promoção das condições de igualdade no mundo do trabalho, na perspectiva de construir novas posturas, cultura e valores de igualdade e equidade entre homens e mulheres. Ressaltando que “não existem políticas, nem leis que mudem a mentalidade, que imponham novos valores e atitudes”. Iriny Lopes explicou que o programa tem a função de construir novas posturas e nova cultura de igualdade e de mudar as mentalidades. O que serve como referência para outras áreas e aponta para o conjunto da sociedade que  é possível fazer diferente.

A ministra das Mulheres, ao se dirigir à ministra Luiza Bairros, da Igualdade Racial, também presente no evento, lembrou que para falar em autonomia das mulheres  é preciso tratar do acesso e ascensão com igualdade e equidade no mundo do trabalho, o que a fortalece  para enfrentar a violência doméstica com outra postura. “Uma mulher com dignidade no trabalho, com salário compatível com sua capacidade intelectual enfrenta a violência doméstica de outra maneira”, disse. Para ela, é imprescindível um marco legal para garantir a igualdade no mundo do trabalho. Por isso “temos que debater com franqueza o projeto de lei (PL 4857/2009) sobre esse tema que está na Câmara Federal” ressaltou.

O Programa Pró-equidade de Gênero e Raça concede o Selo Pró-Equidade a empresas  que se comprometem a instituir  em seus quadros e cadeia produtiva a equidade de genro e Raça. Desde a sua primeira versão, em 2005, as adesões ao Programa vêm crescendo. Das 122 empresas e instituições que se inscreveram, 92 receberam o selo.

Participam da cerimônia a ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas e Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Laís Abramo, diretora da  Organização Internacional do Trabalho (OIT)  no Brasil, e Rebecca Reichamann Tavares, representante da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres) no Brasil e Cone Sul,  Emília Fernandes, presidenta do Fórum de Mulheres do Mercosul/Brasil,  as deputadas Janete Pietá, coordenadora da Bancada Feminina, Alice Portugal e Benedita da Silva, além de dezenas de representantes de empresas públicas e privadas que fazem parte do Programa.

O mapa da mina para o emprego





Jornal: Correio Braziliense
Cristiane Bonfanti
Larissa Garcia
Regiões mais pobres, como o Norte e o Nordeste, lideram a abertura de vagas com carteira assinada. Indústria e construção contratam mais no Centro-Oeste

O Brasil criou 272.225 empregos formais em abril. O resultado mostra queda de 10,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram abertas 305.068 vagas. Mas, independentemente desse desempenho nacional, estados da Região Norte, como o Amazonas e o Pará, e do Nordeste, como a Bahia, ampliaram a oferta de trabalho com carteira assinada na mesma comparação.

A Paraíba, que havia apontado saldo negativo de 206 postos entre março e abril de 2010, abriu 1.902 vagas no mês passado. Os dados reforçam a tendência de desconcentração da economia brasileira, movimento que, ao longo dos últimos anos, vem beneficiando as áreas mais pobres do país.

Com forte expansão, estados conhecidos como exportadores de mão de obra para os grandes centros urbanos passaram a atrair investimentos e trabalhadores. Dados do Ministério do Trabalho mostram que, de 2008 para cá, depois do estouro da crise financeira internacional, o Norte do país apresentou o maior crescimento na criação de empregos formais  foram abertas 144.277 vagas no ano passado, ante 60.582 dois anos antes  um aumento de 138,1%. No Nordeste, a elevação foi de 89,8%, de 266.642 para 506.186. Enquanto isso, a abertura de vagas no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste cresceu em ritmo mais lento, 49,1%, 39% e 30,8%, respectivamente.

Volta para casa

No primeiro quadrimestre deste ano, os resultados para todo o Brasil foram animadores: 880.717 empregos. No Centro-Oeste, que abriu 105.513 postos no período, atrás do Sudeste e do Sul, o desempenho foi puxado pelos setores da indústria da transformação, dos serviços e da construção civil. Em abril, o Centro-Oeste criou 21.237 vagas, ante as 10.551 abertas em março. No DF, houve uma criação líquida de 5.244 postos, com expansão de 174% em relação aos 1.913 de março.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, chamou a atenção para o desempenho mais modesto da região Nordeste nesse período, devido às chuvas que prejudicaram o cultivo da cana de açúcar.

Ainda assim o ministro confirmou a tendência de desconcentração da mão de obra no Brasil. “Atualmente, o fluxo migratório é diferente. Os nordestinos estão voltando para os estados de origem. Além disso, a região está atraindo trabalhadores de fora”, salientou.

Para o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) Armando Castelar, o aumento do preço das commodities (produtos primários com cotação internacional), depois da crise mundial, beneficiou diretamente a economia de estados agrícolas. “É um efeito de longo prazo, uma desconcentração positiva da atividade econômica. Claramente, são estados que, além de estarem fora do eixo Rio-São Paulo, são ligados à agricultura”, observou.

Além da força da agricultura, o governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB), afirmou que a construção civil tem forte impacto no aquecimento do mercado de trabalho. “Nos últimos três anos, fizemos obras estruturais muito importantes para o estado. Agora, estamos reconstruindo a BR-174, que liga a Região Norte aos países do Caribe, e isso tem criado empregos tanto na capital quanto no interior”, disse. Segundo ele, com a regularização fundiária, a tendência é de que a produção agrícola avance mais. “A vocação do estado é o setor primário. Também devemos ter mais oportunidades no comércio, devido à estabilidade econômica e ao aumento da renda da população”, ressaltou.

O economista da Opus Investimentos José Márcio Camargo destacou, ainda, a importância dos programas de transferência de renda tocados pelo governo federal, mais precisamente o Bolsa Família, para alavancar a atividade no interior do país. “Essas medidas aumentam a demanda da população por bens e serviços e, consequentemente, impulsionam o mercado de trabalho. Nos anos 1990, começou um movimento de interiorização. A tendência é que isso continue”, apostou.

Nova geografia

Na Bahia não é diferente. Com 30.474 vagas formais criadas apenas nos quatro primeiros meses deste ano, o estado tem se destacado no setor de serviços e na construção civil. “Mesmo depois da crise, seguimos apresentando recordes na criação de empregos. Cerca de 80% dos postos foram abertos por micro e pequenas empresas. E o Bolsa Família teve relevância, principalmente, no interior do estado”, disse o diretor-geral da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do estado, Geraldo Reis. Ele contou que as alterações no cenário econômico estão mudando a cara da Bahia. “Quem sai do Aeroporto Internacional de Salvador e segue pela Avenida Paralela percebe a construção de bairros inteiros. Além disso, tínhamos apenas dois shoppings. Nos últimos três anos, outros três foram erguidos”, afirmou. A perspectiva é de que o estado cresça, em média, 5% ao ano até a Copa do Mundo de 2014.

O economista da Faculdade da Academia Brasileira de Educação e Cultura (Fabec-RJ) Max Monteiro, alerta para os problemas sociais que a interiorização das vagas e a migração de trabalhadores para as regiões Norte e Nordeste podem causar. “O questionamento é sobre os transtornos a que esses fenômenos vão levar. A Coreia do Sul fez 30 anos de reforma educacional para ter a atual quantidade de engenheiros e técnicos. Nós precisamos de capital humano de qualidade para que as novas necessidades do país sejam satisfeitas. Caso contrário, se não tivermos base para o aumento da demanda, a consequência será a inflação”, observou.

Apagão

De fato, com o recorde na criação de empregos, a preocupação de governos e empresas é encontrar profissionais capacitados. Um dos setores mais críticos é o da construção civil, por causa do crescimento do mercado imobiliário no país e das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que a falta de mão de obra qualificada atinge 89% das construtoras.

A situação é comum no Amazonas. Ao comemorar a criação de 18.586 vagas apenas nos primeiros quatro meses deste ano, a secretária do Trabalho do estado, Iranildes Caldas, ressaltou a dificuldade em encontrar profissionais. “Infelizmente, esse é o gargalo no Amazonas. Hoje, todos os pedreiros e carpinteiros bons já estão empregados”, disse.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Encontro da Mulher de Parauapebas poderá ser reconhecido como Patrimônio Cultural do Pará


Por meio do projeto de Lei apresentado na sessão do último dia 11, pelo deputado estadual Milton Zimmer (PT), o Encontro da Mulher de Parauapebas poderá ser reconhecido como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial para o estado do Pará. O evento é realizado há 21 anos no município e reúne milhares de mulheres a cada edição.  

            Tudo começou em 1991, quando um grupo de mulheres se reuniu para comemorar o Dia Internacional da Mulher. No início eram apenas seis equipes para realizar as competições de gincanas esportivas e culturais. Depois de alguns anos, as integrantes resolveram estender as comemorações para sete dias, passando a ser denominada de A Semana da Mulher. Nestes 21 anos em que a festa acontece o número de mulheres interessadas em participar das comemorações foi crescendo, tanto que os organizadores passaram a chamar de Encontro da Mulher de Parauapebas, que atualmente atrai milhares de pessoas. As comemorações constam de apresentações culturais (shows, literatura, teatro), esporte (jogos e competições) e lazer (diversas brincadeiras), além de despertar e revelar talentos. A festa tornou-se referência na região.
             


Ao apresentar o projeto, Zimmer disse que reconhecer o evento é uma forma de valorizar as conquistas das mulheres de Parauapebas que representam as lutas femininas. “O evento é grandioso não somente por atrair multidões, mas pela grandeza representada na diversidade e criatividade cultural e social, ressaltou”. O parlamentar afirmou ainda que, poucas cidades no Brasil promovem um evento de grande relevância dedicado às mulheres como o que ocorre anualmente em Parauapebas.       

Antes da votação em plenário o projeto segue para as comissões de Constituição e Justiça; Educação, Cultura e Saúde para receber parecer dos parlamentares.

Fonte: Assessoria de imprensa Dep. Milton Zimmer

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Uma bela pauta para a imprensa de Parauapebas!

O sempre bem informado Hiroshi Bogéa, publicou em seu blog, texto que relata os bastidores da queda de braço travada pelo Prefeito de Parauapebas Darci Lermen e a poderosa mineradora Vale.
Hiroshi conta em seu blog, o que a imprensa tenta esconder...

Na nau dos desesperados, o salto do mastro


Dia seguinte à divulgação, em todo o país, de um vídeo no qual aparecia o prefeito de Parauapebas supostamente incitando sem-terras à ocupação dos trilhos da Estrada de Ferro Carajás, o poster conversou com um alto dirigente da Vale, durante almoço, em Belém, do qual participaram empresários da capital e de Marabá.
O conteúdo do vídeo, vez por outra, era o tema de conversa.
Afinal, exibido na noite anterior no Jornal Nacional, as imagens do prefeito reunido com o MST se encaixavam a perfeição na campanha que Roger Agnelli desenvolvia, silenciosamente, nos bastidores, para tentar sufocar as investidas de Darci Lermen contra a cobrança de royalties – naquele tempo já ganhando contornos jurídicos preocupantes à presidência da mineradora.
Aparentemente, uma coisa não tinha nada a ver com a outra. Mas as duas estavam interligadas intrinsecamente.
Darci mostrava à Vale que ele tinha o poder de mobilização social. E que poderia criar embaraços à mineradora.
A Vale tentava desmoralizá-lo em rede nacional, poucos meses antes da eleição municipal na qual Lermen tentaria se manter no cargo.
Durante almoço, uma frase do diretor da Vale, sentado ao lado, ficou guardada na memória do repórter, pronunciada após o executivo ter sido provocado sobre como seria a relação do prefeito com a multinacional, a partir daquele fato:
- Esse moço (o prefeito Darci ) não conhece a personalidade raivosa do Dr. Agnelli. Enquanto houver um pedaço de terra sobrando para o presidente (da Vale) passar por cima dele, isso acontecerá um dia, faça chuva ou faça sol.
O papo, claro, a pedido do executivo, permaneceria em Off, até hoje.
Mas como o diretor não é mais diretor, e Agnelli é quase ex-presidente, o assunto agora está  On.
Exagerada a descrição da personalidade de Agnelli pelo interlocutor?
Os fatos comprovam que não.
Do momento em que Agnelli quis dividir forças com o presidente da República mais popular da história, dá para mensurar o tamanho de sua agressividade.

Vídeo da Incitação
A divulgação do famoso vídeo no Jornal Nacional, ninguém tem duvidas disso atualmente, deveu-se ao longo braço influente da mineradora sobre a grande mídia nacional.
Poucos meses depois desse episódio, a Vale passou a investir pesado no horário nobre das emissoras brasileiras, exibindo vídeos institucionais produzidos em larga escala, num sinal de que se preparava para neutralizar campanhas contra o aumento da alíquota da Cefem e outras mudanças na legislação mineral do país, ora em curso.
Além de ter que negociar o pagamento da dívida com os prefeitos dos municípios mineradores, capitaneada por Roger Agnelli, a Vale se debela para impedir a aprovação de projeto de lei que modifica o pagamento da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cefem). A proposta, altera a base de cálculo dos royalties: em vez do faturamento líquido, a compensação seria paga com base no faturamento bruto ou na cotação em bolsa do minério de ferro.
Outra alteração proposta é a criação de um fundo de compensação para os municípios do entorno das cidades onde há atividade mineradora, que não recebem recursos de royalties, mas sofrem os impactos da atividade econômica.
O projeto de lei está sendo avaliado pelo Ministério da Fazenda e deverá ser encaminhado nos próximos dias à Casa Civil.
Agnelli tem informações das participações de Darci, ao lado de outros prefeitos mineradores, a maioria de Minas Gerais, em reuniões com políticos e ministros, em Brasília, na campanha de fritura para defenestrá-lo da presidência da Vale.
Governo exige pagamento
A acirrada disputa ao longo dos meses pela cobrança dos royalties, sempre ao largo da Esplanada dos Ministérios, pode não ter sido o motivo incentivador do chute final para retirá-lo da cadeira presidencial da mineradora, mas contribuiu muito.
Isso ficou claro quando o governo federal entrou na briga entre a Vale e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em torno do valor dos royalties de mineração devidos a Estados e municípios produtores. O objetivo é forçar a mineradora a reconhecer sua dívida de cerca de R$ 5 bilhões para, então, negociar o parcelamento dos débitos em até 60 meses.
Em recente reunião ocorrida em Brasília entre o ministro Edison Lobão, das Minas e Energia, e Roger Agnelli, o governo deixou claro que não aceitaria mais o não pagamento da dívida, que Roger nega, abruptamente, na carta enviada a Dilma Roussef, chutando o balde.
Lobão teria dito ao ainda presidente que a Vale publica balanço com R$ 30 bilhões de lucro e não quer pagar R$ 4 bilhões.
Voltando um pouco no tempo, no mesmo ano de 2008 quando ocorreu o caso do “Vídeo da Incitação”, Darci Lermen trombeteava com diretores da Vale em toda oportunidade surgida. Numa delas, dirigentes do DNPM, sempre chamados às reuniões para as tratativas de cobrança da Cefem, assistiram a um chega-pra-lá de Darci em dois diretores da mineradora.
O blog chegou a descrever o fato, em abril de 2009.
Para relembrá-lo, clique AQUI.

Espoliação
Em 2009, a convite da AMAT, o poster teve a oportunidade de participar de um dos encontros dos prefeitos mineradores, em Brasília, no qual o representante de Parauapebas se manifestou duramente contra o radicalismo de Roger Agnelli de defender os interesses dos acionistas da Vale, em detrimento do desenvolvimento das comunidades residentes no entorno dos projetos da mineradora.
À  época, registramos na coluna que tínhamos no Diário do Pará, a forma dura com que Darci Lermen acusou a Vale de estar esbulhando os municípios paraenses, enriquecendo cada vez mais a empresa e empobrecendo as comunidades localizadas no corredor de Carajás.
Darci acusou diretamente Roger Agnelli de ser o maior responsável pelo processo de espoliação dos municípios, ao declarar ter em mãos documentos que comprovavam o pagamento de royalties, ao seu município, muito aquém daquilo que a mineradora deveria fazê-lo.
Foi quando, pela primeira vez, alguém mostrava, documentado, os ganhos astronômicos da Vale diante da ninharia que a mineradora deixava aos cofres municipais: o prefeito de Parauapebas exibiu números levantados pelo escritório de advocacia contratado pela prefeitura apontando que a mineradora pagava US$ 2,75 pela tonelada do minério de ferro extraído para vendê-lo lá fora por US$ 150.
Esse fato não mereceu uma linha de qualquer veículo de informação do Pará, apesar da coluna ter registrado.
O comprometimento comercial da grande imprensa paraense com a Vale é imensurável.

Vale no Cadin
As relações de Roger Agnelli com Darci Lermen se definharam de vez a partir do momento em que a prefeitura de Parauapebas, com apoio da Amib, conseguiu colocar a Vale no Cadin.
Há testemunhos da reação descontrolada de Roger Agnelli diante da informação de que o CNPJ da mineradora havia sido incluído no Cadastro de Créditos Não-Quitados do Setor Público Federal (Cadin), uma espécie de SPC da União.
A restrição fora pedido pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), e pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
Na hora, bastante irritado, Agnelli teria responsabilizado duas pessoas pela restrição creditícia imposta à poderosa empresa: Darci Lermen e o prefeito de Congonhas (MG), Anderson Costa Cabido, presidente da Associação dos Municípios Mineradores do Brasil (Amib),
Com a inclusão no Cadin, a Vale ficou impedida, alguns dias, de participar de licitações e obter financiamentos públicos.
A Carta
A reação de ataque do ainda presidente da Vale contra o prefeito de Parauapebas, com envio de carta a presidente Dilma Roussef, levantando suspeitas da aplicação de R$ 700 milhões tem ingredientes de uma disputa de bastidores que se prolonga há mais de seis anos.
Em sua carta à Presidência da República, Roger Agnelli desfila suposições. Basta analisar um dos trechos do documento enviado a Dilma Roussef:
“Infelizmente há também interesses de terceiros envolvidos, como consultores que teriam procurado prefeituras oferecendo serviços e pedindo altas comissões sobre os altos e teóricos valores que não são devidos, razão pela qual a disputa adquire tal contexto político. Os consultores externos do município de Parauapebas, tem peticionado, solicitando o bloqueio de conta da Vale mesmo havendo garantias bancárias”.

Agnelli alerta ainda  que a disputa em torno dos royalties estava inserida em um “contexto político” e que havia “investigações criminais em andamento” sobre o suposto esquema da prefeitura de Parauapebas
O caso soa mais como uma ação de sobrevivente numa nau de desesperados.
Quem dá o tom de denúncia é o texto dos repórteres escalados pela revista Época, coincidentemente, empresa das Organizações Globo, o mesmo conglomerado de comunicação que há quase seis meses vem denunciando um suposto “golpe” dado pelo governo para sacar Roger Agnelli da presidência da Vale.
O valor de royalties repassado à prefeitura de Parauapebas, no período de cinco anos, é esse mesmo de R$ 700 milhões?
Roger acusa o repasse.
A prefeitura de Parauapebas nega o recebimento do montante divulgado.
Na secretaria da Fazenda do município, há registro do ingresso de pouco mais de R$ 500 milhões, desde 2005.
A Vale deve à prefeitura, somente de Parauapebas, mais de R$ 1 bilhão, sendo que deste valor 65% são destinados a Parauapebas; 23% ao Estado do Pará; e 12% a União.
Esclarecer realmente essa questão, só quem pode fazê-lo são os tribunais de contas, tecnicamente preparados para manusear planilhas contábeis.
Discute-se a contratação de uma empresa consultora de Santa Catarina para efetuar as cobranças, citando o percentual de 20% de cada valor a ser recebido pelos advogados como ponto de partida para brechas de ilegalidade.
Também nesse item, o TCM deverá se manifestar.
Despreza-se o nível profissional do escritório catarinense, comprovadamente com expertize para encarar os desafios de enfrentar o batalhão de advogados da Vale, obtendo até agora sucesso na empreitada.
A luta contra Golias
O que o blog trás à luz são episódios em cadeia ocorridos entre o prefeito de Parauapebas e a poderosa mineradora, sob a presidência imperial de Roger Agnelli, executivo formado no coração do chamado “mercado” para quem só tem importância o lucro da empresa e os dividendos dos acionistas.
Excetuadas iniciativas da ex-prefeita Bel Mesquita já que foi ela quem deu o start inicial para investigar o valor de royalties devidos ao município de Parauapebas  pela Vale, Darci teve coragem para peitar o poderoso Roger Agnelli, sob o beneplácito de demais prefeitos paraenses, propositalmente inoperantes diante da situação de espoliação dos municípios mineradores.
Nenhum deles quis se aliar a Darci para encarar, de frente, a mineradora, no processo de apuração e cobrança dos royalties de exploração mineral.
O ex-prefeito de Marabá, Sebastião Miranda, é um exemplo.
Enquanto esteve à frente do executivo, fez vista grossas para o rombo que a Vale provocava nos cofres públicos, recolhendo valores irrisórios de Cefem, porque contentava-se em receber, aqui e ali, alguns trocados de convênios destinados a resolução de situações pontuais.
Tião poderia muito bem, com o poder político expressado na representatividade do município de Marabá, e avalizado pela sua própria fama de “bom administrador”, ter cerrado fileiras em defesa dos interesses municipais, chamando a Vale para o limpo.
Em todo esse imbróglio, há um fato que ninguém pode negar. E a História, um dia, se debruçará sobre essa verdade.
A partir do primeiro ano de mandato, o prefeito de Parauapebas tocou de verdade a luta pela recuperação dos royalties devidos ao município.
Somente com o passar do tempo, a  cruzada de Darci pela cobrança de royalties pagos a menos pela Vale, passaria a encontrar o respaldo de outros prefeitos. O movimento foi crescendo até se reforçar, atualmente,  com a união de prefeitos de duas mil cidades mineradoras do país.
Uma luta contra uma das empresas mais poderosas do mundo, que tem usado todo seu staff de renomados juristas para combater as investidas dos municípios, em sua maioria sem assistência jurídica à altura, mas que precisam receber, a todo custo, o que tem direito.
Só para relembrar: a Associação dos Municípios Mineradores do Brasil (Amib) tem cálculos atualizados da dívida da Vale para com os municípios mineradores: R$ 4,5 bilhões.
A dívida que a Vale tem com os municípios de Minas Gerais foi calculada, em 2007, em R$ 2,6 bilhões.
No Pará, a Vale deve R$ 800 milhões ao município de Parauapebas, onde está localizada a jazida de ferro de Carajás.
Roger Agnelli, na carta enviada a Dilma, nega os números acima, afirmando não existir nenhuma pendência entre a mineradora e os municípios mineradores.
Só que a empresa, acautelando-se para o que a Justiça decidirá brevemente, já depositou em juízo R$ 800 milhões – valor devido à Prefeitura de Parauapebas.


Fonte: http://www.hiroshibogea.com.br/
http://www.hiroshibogea.com.br/?p=7857

Há lugar para a Juventude na Reforma Política?

Carla Bezerra e Gabriel Medina*

A Reforma Política está novamente na agenda do dia, e dentro de um cenário mais favorável para a aprovação de medidas progressistas. Para nós, movimentos sociais e partidos políticos do campo democrático e popular, a defesa dessa reforma tem como sentido ampliar a participação e a democracia.  Alterar o sistema político deve representar também acelerar as mudanças que hoje ocorrem no Brasil. Mais acesso à direitos básicos deve andar casado com mais poder e participação do povo.

Por isso, ela deve ter como diretrizes: ampliar a participação popular por meio de mecanismos diretos e participativos, fortalecer os aspectos ideológicos e programáticos dos partidos políticos, garantir maior presença de setores hoje sub-representados, como mulheres, negros/as e jovens, combater a prevalência do poder econômico, do excessivo personalismo, e do uso legendas de aluguel, hoje tão disseminadas no atual formato de nosso sistema político.

Caminhos e Possibilidades

Os caminhos para que essas mudanças ocorram são vários. No presente, o que tem se desenhado no Congresso é uma alteração mais pontual na nossa legislação eleitoral. O que está em processo de votação agora são as regras voltadas para a eleição de mandatos proporcionais (câmaras e assembléias).

Os efeitos dessas possíveis mudanças, mesmo que não tão amplas quanto defendemos nos movimentos sociais, são de importância fundamental e não devem ser menosprezados. Trata-se de momento inédito de coesão interna no PT, bem como de uma capacidade de articulação e diálogo com diferentes partidos políticos. Dentre as mudanças que há maior consenso, estão o financiamento exclusivamente público de campanha, a fidelidade partidária e o voto em lista preordenada – além do rechaço completo de propostas como “distritão“.

Esses três elementos combinados são fundamentais para os objetivos que mencionamos no início do texto: combater a prevalência do poder econômico, o oportunismo eleitoral e a sub-representação de setores como mulheres, negros e juventude.
Não é possível falarmos em democracia representativa, quando mais da metade da população não está devidamente representada nos espaços do Congresso Nacional. Nesse sentido, para democratizarmos a democracia, a defesa da lista preordenada só faz sentido se combinada ao critério de paridade de gênero. A isso, deve-se acrescer também outros recortes específicos, como de recorte étnico-racial, e a garantia de representação da juventude.

A Juventude na Reforma Política

No Brasil temos uma sub-representação da juventude nos partidos e instituições políticas, um fenômeno que não é restrito a partido A ou B e sim um problema generalizado. Nesse sentido, são necessárias ações políticas complementares para garantir a ampliação da participação dos jovens nesses espaços políticos e a renovação dos quadros políticos, tanto no campo das idéias como no da idade.

As propostas que defendemos para a Reforma Política contribuirão para que setores organizados, possam se expressar nas listas partidárias e sair da invisibilidade. Vale lembrar que hoje vivemos um dos maiores números de jovens na história do Brasil, com uma população de 50 milhões, representando 26% da população brasileira. Os jovens representam 40% do eleitorado, entretanto, representam 3% do Congresso Nacional.
É fundamental que haja um investimento específico dos partidos na sua juventude e na formação de novas lideranças. Assim, defendemos que seja obrigatória a destinação de 5% do fundo partidário para investimentos na organização da respectiva juventude, com o objetivo de formação de novos quadros militantes e lideranças.  

Ainda, defendemos que haja um limite de no máximo duas reeleições no mesmo cargo para o exercício parlamentar. Esse tipo de limitação obriga a permanente renovação dos partidos e contribui para o combate à lógica de profissionalização dos cargos políticos, permitindo que novas lideranças possam surgir e se alternar nos espaços de poder.  

Por fim, é preciso rever a questão dos limites de idade mínima para concorrer a eleições. Hoje já temos as maioridades civil e penal igualadas em 18 anos, e o direito ao voto inicia-se aos 16. Por que então limitar para 21 ou 35 anos, conforme o cargo, o direito a concorrer às eleições? Propomos que a idade mínima esteja igualada em 18 anos em todos os casos.

Ir para as ruas!

Sabemos que não basta realizar a disputa nos corredores do Congresso, onde os deputados tendem a votar na continuidade das regras que garantiram a sua eleição. É fundamental que os movimentos sociais e partidos políticos do campo democrático e popular estejam organizados em um amplo processo de disputa de valores na sociedade.

A juventude pode cumprir um papel fundamental nessa disputa. Este ano, teremos grandes atividades de organizações juvenis, como o Congresso da UNE, a Plenária nacional da Juventude da CUT, o II Festival das Juventudes em Fortaleza, dentre outros. Ainda, teremos um amplo processo de debate desde os municípios, com a II Conferência Nacional de Juventude. É necessário que em todos esses espaços, haja debates e resoluções e que se organizem campanhas públicas sobre o tema.  Só assim, poderemos garantir uma disputa pela esquerda das mudanças no sistema político brasileiro.

*Gabriel Medina é presidente do Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE) e Carla Bezerra é membro da Executiva Nacional da Juventude do PT.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Mensagem em homenagem ao dia das mães

Falar de Mãe é sentir a sua bondade infinita
É ela que gera, alimenta ampara seus filhos e ensina a caminhar num gesto incansável de puro amor.
Amor que sustenta até nos momentos de sofrimento
Mas é capaz de esquecer o sofrimento e a dor para ver seus filhos felizes!
Está sempre de braços abertos para abraçar e dar aconchego aos seus filhos queridos, 
Com seu jeito delicado ensina amar e perdoar
Sua força nunca é enfraquecida. Com harmonia e encanto nos mostra a doçura da vida mesmo nos momentos difíceis e faz brotar um sentimento de esperança, muitas vezes esquecido pelas tribulações...
Ela nos ensina a ter sabedoria, paciência, bondade e
ternura com um gesto de amor que nos faz repensar as nossas atitudes.
À todas as mães do campo ou da cidade, em Parauapebas e região desejo um feliz dia das mães!  

Milton Zimmer
Deputado Estadual - PT

quinta-feira, 5 de maio de 2011

3ª Conferência Nacional das Mulheres debaterá erradicação da pobreza

A Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres (SPM) e o Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres (CNDM), promovem  a 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que se inicia com as conferências municipais em 1º de julho e termina em Brasília, no período de  12 a 14 de dezembro, com a presença de mais de três mil mulheres.

A 3ª Conferência terá três etapas complementares:  as  conferências municipais, que ocorrerão no período de 1º de julho a 31 de agosto; as conferências estaduais, no período de  1º de setembro a 31 de outubro, as conferências temáticas no período de 1º de julho a 30 de outubro e a etapa nacional no período de 12 a 14 de dezembro.

Convocada pelo Decreto Presidencial de 15 de março, a 3ª Conferência tem o objetivo de discutir e elaborar políticas públicas voltadas à construção da igualdade, tendo como perspectiva o fortalecimento da autonomia econômica, cultural e política das mulheres, contribuindo para a erradicação da extrema pobreza e para o exercício da cidadania das mulheres no Brasil.

Autonomia e erradicação da pobreza
As partir de suas  perspectivas e realidades locais, as mulheres debaterão a criação de uma plataforma de políticas para as mulheres no âmbito municipal e estadual, à luz dos seguintes eixos temáticos:

I - análise da realidade brasileira: social, econômica, política, cultural e os desafios para a construção da igualdade de gênero, na perspectiva do fortalecimento da autonomia econômica, social, cultural e política das mulheres que contribuam para  a erradicação da pobreza extrema e para o exercício da cidadania pelas mulheres brasileiras;

II – avaliação, atualização e aprimoramento das ações  e políticas  propostas no II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, sua execução e impactos; e definição de prioridades para o próximo período. Todas as discussões da Conferência, sobre as temáticas ou sobre os documentos, deverão incorporar as dimensões de classe, gênero, étnico racial, geracional e da livre orientação e liberdade sexual da sociedade brasileira.

Fonte: www.spm.gov.br

Câmara aprova plebiscito sobre criação dos estados de Tapajós e Carajás


O Plenário aprovou nesta quinta-feira dois projetos de decreto legislativo que autorizam a convocação e a realização de plebiscitos sobre a divisão do Pará e a criação de dois novos estados: Tapajós e Carajás (veja ilustração ao lado). Os textos aprovados determinam que as consultas públicas deverão ocorrer dentro do prazo de seis meses após a publicação dos decretos autorizativos.
A primeira proposta (PDC 731/00), que trata do plebiscito para a criação do estado de Tapajós, deverá retornar ao Senado por ter sido alterada na Câmara. O texto aprovado é o substitutivo da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional, apresentado pelo relator, deputado licenciado Asdrubal Bentes (PMDB-PA).
Em plenário, a matéria foi relatada pelo deputado Wandenkolk Gonçalves (PSDB-PA). Segundo o parecer, a proposta precisou ser modificada para incorporar vários municípios criados ao longo do tempo em que a proposta tramitou no Congresso. Houve ainda alterações para tornar mais claros os procedimentos a serem adotados caso o plebiscito seja aprovado pela população.
O texto aprovado determina que no prazo de dois meses, contado da proclamação do resultado do plebiscito e se este for favorável à criação do novo estado do Tapajós, a Assembleia Legislativa do Pará deverá se manifestar sobre a medida, devendo dar conhecimento da decisão ao Congresso Nacional em três dias úteis.
O estado de Tapajós, se aprovado, terá 27 municípios e corresponderá a 58% do atual território paraense, na região oeste.
Carajás
A segunda proposta aprovada (PDC 2300/09), que prevê a realização de plebiscito para a criação do estado de Carajás, não foi alterada na Câmara e segue para a promulgação. Em plenário, a matéria foi relatada pelo deputado João Campos (PSDB-GO).
Caso seja aprovado, o novo estado de Carajás terá 39 municípios e ocupará uma área equivalente a cerca de 25% das regiões Sul e Sudeste do território atual do Pará.
Segundo a Constituição, os estados podem incorporar-se, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros ou formar novos estados ou territórios federais mediante aprovação da população diretamente interessada, por meio de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
Fonte: Portal da Câmara dos deputados

Inflação deve cair a partir de maio, diz presidente do Banco Central



Fonte: Site PT na Câmara
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta quinta-feira (5) que o governo, está trabalhando para fazer com que a inflação se mantenha dentro da meta de 4,5%.

A expectativa, segundo Tombini, é de que a inflação comece a cair a partir de maio, girando mensalmente entre 0,35% e 0,4%. Segundo ele, que participou nesta manhã de audiência pública na Câmara, esses níveis são compatíveis com o centro da meta de inflação para 2011. Entre os meses de junho e julho, informou, é esperada uma inflação ainda mais baixa.

De acordo com o presidente, uma pesquisa do Banco Central com o mercado nacional mostra uma previsão de inflação de 6,37% para o IPCA em 2011, o que ainda está dentro da meta, cujo teto é 6,5%. Segundo Tombini, há uma tendência de alta da inflação no mundo inteiro, puxada pelo aumento dos preços das commodities.

 Ao comparar com o cenário internacional, o presidente do Banco Central lembrou que a expectativa de inflação na Índia é de 8%, enquanto na Rússia é de 9,1%.

Os dados, na avaliação do deputado Cláudio Puty (PT-PA), presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, não deixam dúvidas sobre a eficiência da política monetária do governo, que apesar das constantes oscilações internacionais, tem se mantido entre as mais consistentes do mundo. O parlamentar parabenizou o Banco Central pelas medidas que vem sendo adotadas para impedir a contaminação da economia brasileira e chamou atenção para a sintonia entre os ministérios do Planejamento e o Banco Central.

"O Banco Central tem agido com seriedade e muita prudência no tratamento da política econômica do País. Isso nos deixa mais tranquilos, especialmente ao constatarmos que há total harmonia entre os ministros da área econômica do governo da presidenta Dilma Rousseff e o Banco Central. Sabemos que na história dos governos brasileiros nem sempre foi assim, ou seja, hoje há uma harmonia entre as metas fiscais e as metas monetárias", afirmou Cláudio Puty, referindo-se à recente visita da Ministra do Planejamento, Miriam Belchior, à Câmara.

Presente na audiência, o deputado Gilmar Machado (PT-MG), demonstrou entusiasmo com a melhora dos indicadores econômicos do País. "Se continuarmos com essa política econômica consistente e combativa, vamos entrar em uma nova fase para a economia brasileira, com a manutenção do crescimento econômico iniciada em 2003 com o governo do presidente Lula", afirmou. Gilmar lembrou que apesar da alta da inflação no Brasil, a situação do País ainda é bem melhor do que outros países, que ainda enfrentam efeitos da crise financeira de 2008.

Reservas - Tombini afirmou que as reservas internacionais do País, que atualmente totalizam 328 bilhões de dólares, são um "colchão importante" para as crises internacionais. Ele reconheceu que essas reservas geram um custo para o governo, por causa da diferença entre as taxas de juros internas e a rentabilidade do dólar. Em 2010, esse custo foi de R$ 26,6 milhões.

Na audiência, Tombini também destacou o aumento do acesso da população ao sistema bancário e de crédito. Segundo ele, o total de contas bancárias passou de 57,7 milhões em 2002 para 90,6 milhões em 2011.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

PT paraense tem novo Vice- Presidente.

Deputado estadual Milton Zimmer assumiu ontem 03/05 a Vice- Presidência estadual do Partido dos Trabalhadores em substituição á Ivanize Gasparim (ex-Secretaria de Estado de Trabalho Emprego e Renda -SETER) que deixou a Vice- Presidência do partido por problemas de saúde.
O blog parabeniza Milton Zimmer que é filiado, militante e ex-presidente municipal do PT de Paraupebas.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Programação Labirinto Cinema Clube

O Labirinto Cinema Clube apresenta neste mês de maio sua nova programação, CURTAS DE MAIO, assim denominada será o mote da vez do projeto "LUZ,
CÂMARA... AÇÃO!", com sessões gratuitas todas as quartas-feiras a partir das 19:30h na Câmara Municipal.

Em maio o cineclube comemora 4 anos de atividades, e o CURTAMETRAGEM vem compor essa comemoração da nossa curta história, já tão cheia de
realizações e projetos audiovisuais, além das sessões semanais, o LCC irá realizar sessões itinerantes.

TODAS AS QUARTAS VOCÊ JÁ SABE, TEM CINEMA, PIPOCA E BATE PAPO SOBRE CINEMA.

Vereador Miquinha será homenageado na Alepa por indicação de Zimmer

Por indicação do deputado estadual Milton Zimmer (PT) o vereador de Parauapebas, Israel Pereira Barros, o “Miquinha” (PT) será homenageado nesta terça – feira, 03, às 10 horas, em sessão solene no plenário da Assembléia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), onde será agraciado com a medalha do Mérito Legislativo Newton Miranda. O evento promovido anualmente pela Alepa presta homenagens aos diversos legisladores que têm reconhecidamente realizado trabalhos de grande relevância para a sociedade paraense.

O vereador é natural da cidade de Grajaú, no Estado do Maranhão, mas há muitos anos reside em Parauapebas, onde tem se dedicado aos movimentos sociais, buscando sempre melhorias para os agricultores familiares do município.  Entre os seus principais projetos na câmara destacam-se: Criação do Restaurante Popular, implantação da Coordenadoria da Juventude, Licença Maternidade de seis meses às servidoras municipais, entre outros.      
Fonte: Assessoria de imprensa Dep. Milton Zimmer