quinta-feira, 14 de julho de 2011

Vale se cala diante relatório sobre siderúrgicas

Há uma semana, organizações não- governamentais divulgaram relatório sobre a situação enfrentada durante anos pelo município de Açailândia, no Maranhão, vizinho a cinco indústrias siderúrgicas que transformam o minério extraído pela Vale. O levantamento mostrou que, em certas regiões, cerca de 65,2% das pessoas sofriam com problemas respiratórios causados por partículas de carvão e minérios dispersas no ar.

A Vale, que abastece de matéria prima as siderúrgicas, ainda não se manifestou desde a publicação do documento. A empresa não mandou sequer representantes em uma reunião agendada para esta terça-feira 24 com o Ministério Público Estadual no Maranhão e pela Defensoria Pública. O motivo: representantes estavam ocupados preparando o evento de inauguração do maior navio mineraleiro do mundo, que ocorrerá amanhã em São Luis.

Em reação, lideranças das comunidades e organizações envolvidas no relatório (Federação Internacional de Direitos Humanos, Justiça Global e Justiça nos Trilhos), articulam uma manifestação amanhã durante o evento. “A Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) está muito decepcionada porque não teve possibilidade de se encontrar com a Vale. Cancelaram uma série de encontros marcados e hoje não estão na mesa de negociações”, afirma Geneviève Paul, da FIDH.

Mesmo assim, os resultados do relatório tem surtido efeito nos órgãos envolvidos. Na semana passada, o ministério de Minas e Energia afirmou que irá realizar reunião interministerial para discutir mineração e direitos humanos e deve incluir na pauta a duplicação da estrada de ferro dos Carajás, promovida pela Vale e que, segundo os ambientalistas, não respeita meio ambiente e população local. Hoje, os participantes da reunião firmaram compromissos para a resolução dos problemas da comunidade.

O Sindicato da Indústria de Ferro Gusa do Estado do Maranhão (SIFEMA) e o município de Açailândia assinaram acordo oficial para desapropriação do sítio São João, local escolhido pelos moradores da comunidade de Piquiá de Baixo para assentamento. Piquiá foi a região mais afetada pela atividade mineradora e seus moradores pediram pela própria realocação, devido às más condições de vida que possuiam. O município tem trinta dias para efetuar a desapropriação. O dinheiro para a ação será doado pelo SIFEMA à prefeitura de Açailândia.

Ministério Público e Defensoria devem convocar reunião oficial para o dia 31 de maio com a Vale e moradores da comunidade para que ela apresente resultados da pesquisa socioeconômica feita em novembro do ano passado com os habitantes. Os dados foram captados, mas até hoje a comunidade não viu nenhum tipo de resposta. Além disso, a Vale deve iniciar o estudo para projeto habitacional do novo povoado quando ocorrer a desapropriação.

Estão previstas também reunião com a governadora do Estado, Roseana Sarney (PMDB), e reuniões de monitoramento do processo. Para Geneviève, as resoluções devem ser levadas em conta para maior fiscalização das leis ambientais e sociais do estado. ” O relatório vai ser difundido entre organismos internacionais”, diz, em referência a cobrança da comunidade internacional.

Fonte: Clara Roman www.cartacapital.com.br

terça-feira, 12 de julho de 2011

Encerrada a X Conferência Nacional da DS.





Encerrou no ultimo domingo 10/07 a X Conferência Nacional da Democracia Socialista realizada em Brasília. Um total de 200 delegad@s representaram mas de 21 estados brasileiros e mobilizaram cerca de 4.000 militantes na base.

No encerramento da conferência foi eleita a nova coordenação nacional da tendência que deve decidir os rumos nos próximos 2 anos. O Pará ficou representado na coordenação nacional pelos militantes Ana Júlia Carepa, Tatiana Cibele e Cláudio Puty. A nova coordenação nacional foi composta por 57% de mulheres.

As fotos são da Conferência Estadual realizada nos dias 31 e 01/07 em Belém, que contou com a presença do Prefeito de Parauapebas Darci Lermen.


Fotos: Carol Bernardo.

sábado, 9 de julho de 2011

Secretaria da Mulher de Parauapebas abre inscrição para cursos.

A Secretaria Municipal da Mulher do município de Parauapebas informa que a partir desta segunda-feira, 11, estarão abertas as inscrições para o curso de produção de móveis, tapetes e objetos de decoração com artefatos do grão de açaí.
Os interessados devem procurar a Casa da Mulher, localizada na Rua Sol Poente, esquina com Rua Angela Diniz, de 08 h às 14 h, ou entrar em contato pelo telefone 3356-2163.
As vagas são limitadas. Participe.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Darci Lermen recebe título de Honra ao Mérito.

Indicado pelo deputado Milton Zimmer, o prefeito de Parauapebas Darci José Lermen, foi um dos 26 homenageados com o título de Honra ao Mérito, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará durante sessão solene realizada no dia 30 de junho, no plenário João Batista.

A homenagem visa reconhecer pessoas e personalidades paraenses e também de outros estados e de outros países radicadas no Pará que, prestam relevantes serviços à população e ao Estado.

Para Lermen, a homenagem significa o reconhecimento do trabalho. “Estou muito feliz com o título recebido. É uma valorização da minha vida, da minha história que não foi construída sozinha”,afirma.

Ao ser homenageado revelou que,“O momento foi especial e durante a sessão estive refletindo sobre a minha trajetória de vida. E, olhando o passado e o presente posso dizer que valeu a pena”,conclui.

De acordo com Zimmer, o trabalho de Lermen é resultado de uma caminhada de lutas e conquistas. “Indiquei porque conheço de perto sua história e seu empenho em fazer de Parauapebas uma cidade próspera com melhores condições de vida para o povo, em especial para o homem do campo”, destaca.

Prefeito de uma das cidades mais importantes do Pará, Darci é natural de Santo Cristo, no Rio Grande do Sul. É Filho de agricultores e graduado em Filosofia. Chegou ao Estado na década de 90 para trabalhar na equipe de Educação Popular de Parauapebas(EEPP), entidade brasileira que recebia apoio de instituições italianas e tinha como objetivo promover a organização dos agricultores familiares assentados na região.

A partir dos trabalhos desenvolvidos com as comunidades rurais, onde destacam-se a liberação das primeiras linhas de crédito para a agricultura familiar, fundações de associações, criação de cantinas comunitárias e a implantação da Cooperativa Mista dos Produtores Rurais da região de Carajás, começa então, a surgir um líder.

Pelo Partido dos Trabalhadores elege-se em 2004, prefeito do município, com 65% dos votos válidos. Como gestor do executivo promoveu o desenvolvimento local, priorizando o fortalecimento da secretaria de Produção Rural. Os investimentos no setor educacional, a construção de escolas e a capacitação de professores, programas com ênfase na redução do analfabetismo, são ações que renderam premiação nacional.

Preocupado com a violência contra a mulher, implantou a primeira Secretaria da Mulher do Estado do Pará, tendo como diferencial diversos programas de atendimento: Centro de Referência, Casa Abrigo, Casa da Mulher, Defensoria Pública e Espaço Mulher Cidadã.

Em 2008, foi reeleito prefeito de Parauapebas, mantendo o compromisso de continuar os trabalhos de desenvolvimento na região,considerada uma das promissoras do Estado e do Brasil, onde a cada dia chegam novos investidores. A modernização da cidade, a melhoria dos serviços públicos e a qualidade de vida da população são metas do segundo mandato.

Fonte: Assessoria de imprensa do deputado Milton Zimmer.
       

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Diretor da Vale traidor?

Os vassalos de Washington
por Mauro Santayana
A informação, ontem divulgada, de que um diretor da Vale do Rio Doce “se queixou”, junto à Embaixada dos Estados Unidos, contra as “pressões” do Presidente Lula, é muito grave. Segundo se noticia, o então diretor de Finanças Corporativas da empresa, e hoje Diretor-Financeiro e de Relações com os Investidores, Guilherme Cavalcanti, esteve com a encarregada de negócios da Embaixada em Brasília, e reclamou da ingerência do nosso Chefe de Estado, que queria obrigar a Vale a investir na exploração de cloreto de potássio, e em siderurgia – para agregar valor ao minério de ferro e criar empregos de qualidade no país.
Se o presidente da República fez essa pressão, agiu dentro de sua responsabilidade, e em defesa dos interesses nacionais. É inconcebível que continuemos, como há quase um século, sendo dos principais fornecedores de minérios ao mundo, quando podemos exportar aço. Recorde-se que desde Júlio Bueno Brandão e Artur Bernardes, que governaram Minas há quase um século, uma das exigências dos mineiros era a de que devíamos reduzir o minério em fornos próprios. A Vale do Rio Doce surgiu ao mesmo tempo em que criávamos a Usina Siderúrgica Nacional. Quanto ao cloreto de potássio, trata-se de mineral necessário à produção de fertilizantes, indispensáveis à agricultura brasileira. O Brasil importa 90% de seu consumo, embora disponha de grandes reservas de exploração a céu aberto em seu território.
Lula, além de exercer o direito de aconselhar esses investimentos, cumpriu seu dever. A Vale só foi privatizada com a salvaguarda de uma golden share, de que o Estado é portador, e lhe dá o direito de veto em decisões que possam comprometer o interesse soberano do Brasil. Assim, não houve ingerência, mas, sim o exercício de uma responsabilidade do presidente da República.
Além do episódio em si, há uma questão muito mais constrangedora para nós, brasileiros. Não é a primeira vez que – de acordo com o WikeLeaks e outras fontes, algumas delas norte-americanas – sabemos que brasileiros se prestam a levar informações sigilosas aos norte-americanos. Há casos em que ministros de Estado não se pejam de discordar dos rumos do próprio governo. O Ministro Edison Lobão, segundo os documentos revelados por Assenge, disse aos diplomatas americanos que é partidário da privatização das empresas de energia elétrica. Ele deveria ser questionado pela Presidente da República: se é essa a sua posição, não pode continuar fazendo parte do governo.
Podemos tolerar tudo, menos traição. A democracia se faz na luta entre direita e esquerda, entre o capital e o trabalho, entre os neoliberais e os defensores do desenvolvimento autônomo do país. Mas progressistas ou conservadores, heterossexuais ou homossexuais, brancos ou negros, católicos ou protestantes, umbandistas ou budistas, todos os brasileiros temos o dever de fidelidade à Nação. Não podemos prestar vassalagem às potências estrangeiras, sob nenhum pretexto. O exemplo a seguir é o de Floriano Peixoto, que, no alvorecer da República, ameaçou responder à bala a “ajuda” dos ingleses, na repressão à Revolta da Armada.
É natural que os diplomatas conversem com autoridades dos países em que atuam. Mas é necessário que, com toda a amabilidade, essas autoridades sejam discretas, e não façam revelações que comprometam a soberania nacional, nem o governo a que servem – a menos que o façam com o conhecimento prévio de seus superiores, e com  propósito bem definido. É uma regra universal, e não devemos dela nos desviar.
Os acionistas da Vale do Rio Doce terão que chamar seu executivo às falas. É intolerável que admitam atos dessa natureza. São necessárias providências  que os impeçam.
Registre-se, no final, que a remuneração dos oito diretores da empresa, incluído seu presidente, prevista para este ano é de mais de 80 milhões de reais. O minério que exportam pertence ao povo brasileiro.
E há quem se queixe dos proventos dos juízes de nossos tribunais superiores.

Fonte: Expressao Feminista