Diplomatas brasileiros na ONU disseram que Dilma está bastante nervosa para o discurso, que estaria sendo alterado o tempo todo. Este teria sido o motivo de o texto não ter sido divulgado com antecedência para a imprensa.
De acordo com diplomatas que estão acompanhando a presidenta em Nova York, Dilma deverá usar o discurso para argumentar que, com o agravamento da crise econômica mundial nos países em desenvolvimento, é absolutamente necessário reformar o Conselho de Segurança da ONU, criando novas cadeiras permanentes para países em desenvolvimento, como o Brasil, a Índia e a África do Sul.
Hoje, o Brasil ocupa um dos 15 postos rotativos no órgão, que tem como atribuição zelar pela manutenção da paz e da segurança internacional. Há cinco membros permanentes na instituição, com poder de veto: Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã-Bretanha.
O diplomata disse que os quatro temas principais que Dilma quer defender durante a sua visita a Nova York são: a mulher e seus direitos, o reconhecimento do Estado palestino à ONU, a reforma do Conselho de Segurança e a necessidade de políticas ambientais.
Dilma será a primeira mulher a discursar na abertura do evento, a cargo do Brasil desde a 1ª Sessão Especial da Assembleia, em 1947. À época, coube ao diplomata brasileiro Oswaldo Aranha o discurso inaugural da sessão, tradição que se manteve desde então.Antes da presidenta Dilma discursar, falam o Secretário Gertal da ONU, Ban Ki-Moon e o embaixador do Qatar, que está ocupando a presidência rotativa da Assembleia Geral. Depois da presidenta Dilma, será a vez do presidente americano Barack Obama.
O discurso de Dilma também representará sua estreia na Assembleia Geral e ocorrerá na véspera da primeira viagem oficial da presidenta à Europa. Ela deve passar os dias 4 e 5 de outubro em Bruxelas durante a Europalia, festival de artes que nesta edição homenageará o Brasil. Em seguida, deve ir à Bulgária, país onde seu pai nasceu, e à Turquia.
Carolina Cimenti, de Nova York
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