Belo artigo escrito a três mãos por Ane Cruz do PT-RS, Cida Gonçalves PT-MS e Léa de Moraes do PT-PA.
O termo República vem do latim res publica - "coisa pública", no seu sentido etimológico de "bem comum" - é uma forma de governo que se opõem a monarquia e que emana do povo. Para Antonio Houaiss, a palavra república entrou na língua portuguesa no século XV como: respublica, reepublica, ree publica, repruvica, rrepublica e republica. É uma forma de governo em que os cidadãos e cidadãs ou seus representantes elegem o chefe do Estado que normalmente é chamado de presidente da república, que deriva do latim præ sidere "sentar à frente", significando presidir, liderar, dirigir, algo ou alguma coisa.
O sistema de governo chamado presidencialismo determina que o chefe de Estado seja também o chefe de governo. O presidente desempenha o papel político central e detém a autoridade constitucional para exercê-la.
A partir de 2011, a república presidencialista do Brasil será governada por uma mulher, por uma presidenta eleita pela maioria do voto direto do povo brasileiro.
Tomando como parâmetro o conceito de república acima e o de governo - conjunto de poderes e órgãos constitucionais responsáveis pela função política do Estado, de maneira bem simples, este artigo pretende dialogar com outras idéias existentes na sociedade que buscam se afirmar no panorama político e cultural.
Nosso principal argumento é que o Brasil república, que dia 15 de novembro completou mais de cem anos, só foi governado por homens em todas as instâncias de poderes constituídos no Estado, transitando uma idéia de que, o poder é um campo predominantemente masculino ou masculinizado, entretanto, nas últimas décadas, as mulheres levantaram a voz, empunharam bandeiras, derrubaram mitos, preconceitos, transformando a sociedade em palco de lutas democráticas e de novas hegemonias, que convergem à sociedade para uma nova imagem e linguagem de participação, inclusão, ética e de diálogo da vida política e social.
Esse movimento fez a sociedade civil se deslocar de seu foco hegemônico masculino, para um novo espaço, que é masculino e feminino, impulsionando a busca de um novo lugar de cooperação, participação, decisão e procedimentos de ordenamento político.
Com a eleição de Dilma e de outras tantas mulheres nos parlamentos, nos executivos e também no judiciário, cada vez mais o conceito de hegemonia utilizado na política, que basicamente era caracterizado como a capacidade que os homens tinham de dirigir, vai perdendo ressonância e se estabelecendo um novo campo de liderança, inclusive se distanciando do conceito militarizado que a palavra hegemonia tem associado a uma idéia de monopólio, de uso intensivo de poder, de força, de autoritarismo, para re-significar uma unidade na diversidade, no respeito às diferenças e na oportunidade de direitos iguais.
Com a eleição de Dilma e de outras tantas mulheres nos parlamentos, nos executivos e também no judiciário, cada vez mais o conceito de hegemonia utilizado na política, que basicamente era caracterizado como a capacidade que os homens tinham de dirigir, vai perdendo ressonância e se estabelecendo um novo campo de liderança, inclusive se distanciando do conceito militarizado que a palavra hegemonia tem associado a uma idéia de monopólio, de uso intensivo de poder, de força, de autoritarismo, para re-significar uma unidade na diversidade, no respeito às diferenças e na oportunidade de direitos iguais.
Com a eleição de uma mulher para a presidência da república, a sociedade civil brasileira declara explicitamente, que é a favor do projeto político liderado por Lula, primeiro trabalhador presidente, em que Dilma coordenou coletivamente com ele e quer continuar mudando o rumo do país, para um Estado efetivamente democrático de direitos, com participação e inclusão social de todos e todas e, nesse novo estado de direito, devem estar principalmente, as mulheres, a população negra, indígena e tantas outras que ainda estão vivendo em condição de exclusão econômica e/ou social.
O movimento de mulheres argumenta e luta para que não se perca e se amplie as diversas políticas e programas governamentais para as mulheres, que foram criados e estruturados em outras bases de legitimidade, relevância, valorização, diálogo social e respeito aos direitos das mulheres enquanto sujeitos sociais.
O movimento de mulheres argumenta e luta para que não se perca e se amplie as diversas políticas e programas governamentais para as mulheres, que foram criados e estruturados em outras bases de legitimidade, relevância, valorização, diálogo social e respeito aos direitos das mulheres enquanto sujeitos sociais.
As mulheres sabem também, que não basta eleger uma mulher para dirigir o Estado Brasileiro é preciso ficar atentas e fortes, não ter medo de continuar lutando, denunciando, reivindicando políticas públicas, políticas de equidade e igualdade de gênero, defendendo as mulheres no poder e o poder para as mulheres.
E, no dia 1º de janeiro de 2011 todas nós mulheres brasileiras, tomaremos posse como presidentas, vestiremos a faixa presidencial e subiremos a rampa do Palácio do Planalto, rumo a outro Brasil sem medo de ser feliz. A esperança venceu o medo mais uma vez.
Parabéns Dilma, a primeira mulher Presidenta do Brasil!