domingo, 28 de novembro de 2010

5° Fórum Social Pan-Amazônico: Feministas comandam abertura de encontro no Pará.

No início da noite de quinta-feira (25), quando o sol resolveu dar uma trégua em Santarém, no Pará, uma marcha com cerca de cinco mil pessoas formada por indígenas, feministas, povos atingidos por barragens e entidades dos movimentos sociais, como a CUT, deixou o Parque do Povo, na região central, e seguiu até a orla da cidade.

O Dia Internacional pelo Fim da Violência Contra as Mulheres não foi esquecido pelas militantes de todo o País que se deslocaram para a região Norte do País e marcaram presença com reivindicações seculares: autonomia, liberdade e igualdade de direitos.

Histórias como a de Domingas Martins, coordenadora do Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense e integrante da Articulação de Mulheres Brasileiras, era a própria personificação da passeata. A infância pobre ensinou a necessidade de lutar contra a discriminação e por direitos básicos como água, luz e escola. Depois, após deixar de um casamento em que era vítima constante de violência, percebeu que unir forças com outras companheiras do movimento de mulheres era a única saída para evitar que mais enfrentassem o que enfrentou. “Devemos lutar pela liberdade e por nosso empoderamento. Não podemos deixar de ocupar os espaços de tomada de decisão. As mulheres são como água, crescem quando se encontram”, afirma.

Aos 55 anos, a então trabalhadora doméstica se formou em pedagogia pela Universidade Popular. E nessa quinta, aos 57, caminhava ao lado de outros milhares em defesa da vida.

CUT na luta

Para a presidente da CUT Pará, Miriam de Andrade, um dos principais obstáculos que a entidade enfrenta é o acesso aos municípios. “Chegar à região do baixo Amazonas, até Santarém, é fácil. Agora, ir para Prainha e outros lugares na região da fronteira é muito difícil. Por isso, usar espaços como esse para divulgar onde estamos, o que fazermos e como organizamos a classe trabalhadora é fundamental”, acredita.

Nos próximos dias, a missão do encontro pan-amazônico, dizia o texto, é construir plataformas de luta com base em alternativas anti-capitalistas.

Escrito por: Luiz Carvalho

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