Por Tica Moreno
Acho que Acorda Raimundo é o vídeo mais utilizado em oficinas e debates sobre o trabalho doméstico realizado principalmente pelas mulheres, de forma não remunerada, dentro de casa. E é ótimo.
Uns 20 anos depois, nós temos mais um vídeo que ajuda a fazer este debate. Semana passada, a SOF lançou “Mulheres Invisíveis”.
Ele apresenta de uma forma super didática uma das questões mais importantes pra entender como se estrutura a desigualdade entre homens e mulheres: a divisão sexual do trabalho.
Tem duas sociólogas feministas (Helena Hirata e Daniele Kergoat) que são referência pra pensar neste assunto. Elas estudam a divisão sexual do trabalho não de um jeito puramente descritivo (que mostra onde estão homens e mulheres no mercado de trabalho), mas como o que está no centro das relações de sociais entre homens e mulheres. O texto da Daniele Kergoat – Relações sociais de sexo e divisão sexual do trabalho – apresenta e sintetiza esta visão.
A ideia do vídeo é justamente poder ampliar esse debate, de uma forma que contribua para que o machismo não seja visto como uma construção puramente ideológica, mas que tem uma base material.
O vídeo também traz algumas reflexões da economia feminista, que dá visibilidade pro trabalho não remunerado das mulheres na esfera da reprodução social como uma contribuição econômica que não é reconhecida.
E, como não poderia deixar de ser, coloca a organização das mulheres no movimento feminista como o principal caminho para transformar essa realidade de desigualdade. Assista ao vídeo Mulheres Invisíveis:
Fonte: Blogueiras Feministas
Nenhum comentário:
Postar um comentário